Buk Porão e a sobrevivência do
rock em Salvador
Por: Angélica Gomes
O espaço multicultural que
deu vez as bandas alternativas de Rock em salvador.
(Imagem: Angélica Gomes)
Para as pessoas que vem de
fora é extremamente estranho observar o rock e sua disseminação, ou seja o modo
como se espalha em lugar muito pouco provável como na cidade de salvador já que
tal ritmo é uma cultura que está totalmente fora das atenções e atrações centrais
da cultura oficial da Bahia, mas a casa de shows Bukowski Porão Bar localizada
no bairro do pelourinho ao lado da escadaria do passo, à 12 minutos do terminal
do campo da pólvora mostra o contrário
disso, a casa que começou com sarau de poesias, voz e violão se expandiu e deu
vez aos shows de rock com bandas alternativas e vem mostrando a sobrevivência
do ritmo na cidade Baiana.
Fundado pelo administrador
do espaço Márcio Matos no meio de 2014, é um local aberto para
todos os públicos, o Buk porão vem mantendo vivo e reunindo sem nenhum
patrocínio, pessoas com amor e paixão pelo mesmo ritmo o ROCK.
“O BUK veio de um
processo de vivencia do movimento punk que eu peguei o musi arte do São Caetano
de um amigo meu chamado robô, do quilombo Cicília também que era um espaço que
tinha aqui e trazia som também, e em relação também a uns eventos que só
rolavam no rio vermelho, e eu achei necessário colocar alguma coisa aqui pelo
centro para a comunidade da rapaziada, e também pela dificuldade de está se
deslocando para o rio vermelho” conta Marcio.
Com boa parte de suas
programações gratuitas, e com baixo custo para entrar, a casa mantem viva a
essência do rock em um local histórico e traz bandas que estão iniciando sem
marcar passo ou mesmo pagar pelo espaço.
“Hoje mais do que nunca
casas como o buk são necessárias pra manter esse ritmo, porque apesar da
facilidade da rapaziada ter o contato pelo facebook, pelo instagram, eu vejo
que decaiu muito o público do Rock and roll” diz Marcio.
O
Buk, O Rock, A Bahia
Apesar de ser um estilo
musical que não é tão escutado como nos anos passados, principalmente na Bahia
onde disputa mercados com outros estilos, tais como o Axé, o sertanejo, o funk,
entre outros, o rock ainda sim continua sendo influente por ser mais um
movimento de atitude do que um estilo musical.
O baixista da banda Bilic Faustino Menezes, fala do seu
amor pelo rock e o que pensa do rock na Bahia.
“Eu tenho o Rock desde
o começo da minha vida musical, e eu nunca vi o rock apenas como um estilo
musical, uma sonoridade, eu sempre vi o rock como uma atitude, como um
movimento como se fosse um movimento social, um movimento cultural, eu vejo uma
diferença na atitude do rock baiano pôquer a Bahia por mais que tenha
representantes na história do rock nacional de grande relevância como Raul
seixas, pitty etc; o rock feito na Bahia ele tem um ponto que em outros lugares
do Brasil, que não é tão difícil fazer rock
como aqui, pois além de concorrer com estilos que são mais populares como o Axé
e o pagode, além dessa dificuldade, não se tem tanto incentivo como se tem em
outros lugares”. Afirma Faustino.
Um tanto quanto
desvalorizado e concorrendo com outros estilos, casas como o Buk ainda sim lutam
para manter o rock vivo através da ousadia da rebeldia e atitude transmitida
pelo estilo musical.
Pouco frequentado mais ainda
assim vivo, pessoas que curtem beber e ouvi um bom rock como o designer e
Estudante Sérgio Gonzaga, o baixista Faustino e comunicóloga Andreza Cerqueira
dão continuidade a esse estilo cultural e dizem o que acham do espaço Buk
porão.
“O Buk é um local que
aceita todos os tipos de pessoas, não há distinção ou descriminação lá, todos
são respeitados e tratados igualmente e esse é um grande diferencial. Me sinto
em casa lá e também fiz grandes amigos” conta Sergio.
“Para além de gostar de
Rock and roll, para além das bandas, o Buk é um espaço de resistência, em
diversos aspectos, ali é um espaço de resistência então eu acho fantástico e o
que me faz frequentar além do som e da proximidade, é que eu adoro espaço pequeno,
fica tudo muito próximo você ver tudo muito de perto, eu entendo aquele espaço
como um espaço de resistência” diz Andreza.
“Eu adoro aquele lugar,
eu realmente me sinto em casa, e como se fosse um ensaio, tocamos parecendo que
estamos ensaiando, com bastante aconchego, tomamos umas com os amigos, é um
ponto de encontro do rock soteropolitano hoje, e o melhor de tudo que é longe
do Rio vermelho que é considerado o ponto do rock em salvador” completa
Faustino.
Porque
gostam?
O do porque as pessoas
gostam e curte rock hoje em dia é uma questão muito de ideologia de gosto e
costumes, talvez algo incentivado por gerações, mas são poucos os que ainda
gostam de tal estilo e ritmo, a maioria dos jovens dessa geração não gostam de
rock, uma diferença vista nos anos 70,80 e 90 onde o rock era muito popular,
mas então porque ainda há pessoas que curtem tal estilo? e o porquê elas gostam?
.
O estudante Josielio Souza diz
o porquê gosta de rock ainda nos dias onde o estilo e o público vem decaindo
muito.
“Sabe quando você ver
que ser diferente ou ouvira algo diferente não te faz melhor do que ninguém?
então. É bem isso ai. Sou apaixonado por guitarra e violão, rifes, solos.
Melodias e letras que me deixam alegre, pra todo momento tem algo específico
pra ouvir. E mesmo sendo pouco valorizado no Estado, quanto mais vejo críticas,
mais eu ouço, busco e exploro novos sons” diz Josielio.
O rock não é considerado só
um estilo musical, e mais pra resistência e quebra de padrões talvez esse seja
o motivo de algumas pessoas ainda gostarem, pois não é só uma questão do que se
escuta é um estilo de vida, uma filosofia de vida, do que você pensa, veste,
consome, é estilo é modo de pensar de agir, o rock é mais uma atitude.
E difícil se tentar entender
o outro, de tentar entender o gosto de outra pessoa, então é difícil se tentar
entender o do porquê exatamente as pessoas gostam de rock, como o porquê elas
também não gostam.
“O lance da rebeldia,
da subversão, isso acaba atraindo pessoas com tendências mais rebeldes, no
sentido de revolução, num sentido quase que político de você se questionar
contra tudo que está sendo feito e você está inserido, e quando você já tem
essa tendência e escuta uma banda de rock, isso acaba ajudando você a gostar e
a partir dessa banda você vai conhecendo muitas outras e quando você vai ver
você gosta de um estilo, você gosta do rock” diz Faustino.
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