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segunda-feira, 16 de abril de 2018

              Buk Porão e a sobrevivência do rock em Salvador

Por: Angélica Gomes

O espaço multicultural que deu vez as bandas alternativas de Rock em salvador.

(Imagem: Angélica Gomes)

Para as pessoas que vem de fora é extremamente estranho observar o rock e sua disseminação, ou seja o modo como se espalha em lugar muito pouco provável como na cidade de salvador já que tal ritmo é uma cultura que está totalmente fora das atenções e atrações centrais da cultura oficial da Bahia, mas a casa de shows Bukowski Porão Bar localizada no bairro do pelourinho ao lado da escadaria do passo, à 12 minutos do terminal do campo da pólvora  mostra o contrário disso, a casa que começou com sarau de poesias, voz e violão se expandiu e deu vez aos shows de rock com bandas alternativas e vem mostrando a sobrevivência do ritmo na cidade Baiana.
Fundado pelo administrador do espaço Márcio Matos no meio de 2014, é um local aberto para todos os públicos, o Buk porão vem mantendo vivo e reunindo sem nenhum patrocínio, pessoas com amor e paixão pelo mesmo ritmo o ROCK.

“O BUK veio de um processo de vivencia do movimento punk que eu peguei o musi arte do São Caetano de um amigo meu chamado robô, do quilombo Cicília também que era um espaço que tinha aqui e trazia som também, e em relação também a uns eventos que só rolavam no rio vermelho, e eu achei necessário colocar alguma coisa aqui pelo centro para a comunidade da rapaziada, e também pela dificuldade de está se deslocando para o rio vermelho” conta Marcio.

Com boa parte de suas programações gratuitas, e com baixo custo para entrar, a casa mantem viva a essência do rock em um local histórico e traz bandas que estão iniciando sem marcar passo ou mesmo pagar pelo espaço.

“Hoje mais do que nunca casas como o buk são necessárias pra manter esse ritmo, porque apesar da facilidade da rapaziada ter o contato pelo facebook, pelo instagram, eu vejo que decaiu muito o público do Rock and roll” diz Marcio.

O Buk, O Rock, A Bahia



Apesar de ser um estilo musical que não é tão escutado como nos anos passados, principalmente na Bahia onde disputa mercados com outros estilos, tais como o Axé, o sertanejo, o funk, entre outros, o rock ainda sim continua sendo influente por ser mais um movimento de atitude do que um estilo musical.
O baixista da banda Bilic Faustino Menezes, fala do seu amor pelo rock e o que pensa do rock na Bahia.

“Eu tenho o Rock desde o começo da minha vida musical, e eu nunca vi o rock apenas como um estilo musical, uma sonoridade, eu sempre vi o rock como uma atitude, como um movimento como se fosse um movimento social, um movimento cultural, eu vejo uma diferença na atitude do rock baiano pôquer a Bahia por mais que tenha representantes na história do rock nacional de grande relevância como Raul seixas, pitty etc; o rock feito na Bahia ele tem um ponto que em outros lugares do Brasil, que  não é tão difícil fazer rock como aqui, pois além de concorrer com estilos que são mais populares como o Axé e o pagode, além dessa dificuldade, não se tem tanto incentivo como se tem em outros lugares”. Afirma Faustino.

Um tanto quanto desvalorizado e concorrendo com outros estilos, casas como o Buk ainda sim lutam para manter o rock vivo através da ousadia da rebeldia e atitude transmitida pelo estilo musical.
Pouco frequentado mais ainda assim vivo, pessoas que curtem beber e ouvi um bom rock como o designer e Estudante Sérgio Gonzaga, o baixista Faustino e comunicóloga Andreza Cerqueira dão continuidade a esse estilo cultural e dizem o que acham do espaço Buk porão.

“O Buk é um local que aceita todos os tipos de pessoas, não há distinção ou descriminação lá, todos são respeitados e tratados igualmente e esse é um grande diferencial. Me sinto em casa lá e também fiz grandes amigos” conta Sergio.

“Para além de gostar de Rock and roll, para além das bandas, o Buk é um espaço de resistência, em diversos aspectos, ali é um espaço de resistência então eu acho fantástico e o que me faz frequentar além do som e da proximidade, é que eu adoro espaço pequeno, fica tudo muito próximo você ver tudo muito de perto, eu entendo aquele espaço como um espaço de resistência” diz Andreza.

“Eu adoro aquele lugar, eu realmente me sinto em casa, e como se fosse um ensaio, tocamos parecendo que estamos ensaiando, com bastante aconchego, tomamos umas com os amigos, é um ponto de encontro do rock soteropolitano hoje, e o melhor de tudo que é longe do Rio vermelho que é considerado o ponto do rock em salvador” completa Faustino.

Porque gostam?

O do porque as pessoas gostam e curte rock hoje em dia é uma questão muito de ideologia de gosto e costumes, talvez algo incentivado por gerações, mas são poucos os que ainda gostam de tal estilo e ritmo, a maioria dos jovens dessa geração não gostam de rock, uma diferença vista nos anos 70,80 e 90 onde o rock era muito popular, mas então porque ainda há pessoas que curtem tal estilo? e o porquê elas gostam? .

O estudante Josielio Souza diz o porquê gosta de rock ainda nos dias onde o estilo e o público vem decaindo muito.

“Sabe quando você ver que ser diferente ou ouvira algo diferente não te faz melhor do que ninguém? então. É bem isso ai. Sou apaixonado por guitarra e violão, rifes, solos. Melodias e letras que me deixam alegre, pra todo momento tem algo específico pra ouvir. E mesmo sendo pouco valorizado no Estado, quanto mais vejo críticas, mais eu ouço, busco e exploro novos sons” diz Josielio.

O rock não é considerado só um estilo musical, e mais pra resistência e quebra de padrões talvez esse seja o motivo de algumas pessoas ainda gostarem, pois não é só uma questão do que se escuta é um estilo de vida, uma filosofia de vida, do que você pensa, veste, consome, é estilo é modo de pensar de agir, o rock é mais uma atitude.
E difícil se tentar entender o outro, de tentar entender o gosto de outra pessoa, então é difícil se tentar entender o do porquê exatamente as pessoas gostam de rock, como o porquê elas também não gostam.

“O lance da rebeldia, da subversão, isso acaba atraindo pessoas com tendências mais rebeldes, no sentido de revolução, num sentido quase que político de você se questionar contra tudo que está sendo feito e você está inserido, e quando você já tem essa tendência e escuta uma banda de rock, isso acaba ajudando você a gostar e a partir dessa banda você vai conhecendo muitas outras e quando você vai ver você gosta de um estilo, você gosta do rock” diz Faustino.







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