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quinta-feira, 19 de abril de 2018

         A pratica da capoeira nas rodas de rua do pelourinho

Por: Angélica Gomes


Capoeiristas mantem viva a pratica da capoeira nas rodas de rua no bairro do pelourinho em salvador


(Foto:Angelica Gomes)


A roda de capoeira foi registrada como um bem cultural no ano de 2008 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e em 2014 recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Essa pratica que mistura a música, o esporte e a arte marcial é um dos principais meios culturais encontrados em salvador no bairro do Pelourinho, e foi desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos. A pratica vem decaindo muitos nos dias atuas e são pouco encontradas nas ruas de salvador já que muitos preferem aprender em academias do que apreciar e entrar na onda das rodas.
Para o mestre Edgar a capoeira já faz parte de sua vida e é com as rodas de capoeira que ele mantem vivo o amor pela arte.

“Eu conheci a capoeira a 37 anos atrás, na cidade de Maragogipe, ai de lá pra cá eu vim pra cidade de salvador e comecei a praticar a capoeira com o mestre Boi manso, e continuo com essa pratica até hoje” explica Edgar.

Mesmo pouco encontrada, as rodas de capoeira são atrações turísticas no bairro do pelourinho, para quem vem de fora é comum parar para apreciar tal arte que muitas vezes é contribuída com um pequeno cache de quem está olhando e resolve ajudar.

“A roda de rua é uma tradição que hoje só tem em dois lugares do mundo; chama-se pelourinho e mercado modelo, pois hoje a capoeira está mais para academia e são capoeiras totalmente diferentes, a capoeira de rua ela leva malandragem, ela leva ginga, malicia, leva sabedoria hoje mais do que na academia, porque na roda de rua você joga com vários estilos diferentes e na academia o estilo é um só” diz Edgar.


O publico


(Foto:Angelica Gomes)

O público das rodas de capoeira também são pouco visíveis, alguns visitantes que vem de outra cidade ou país que passam pelo local param para olhar mais poucos se envolvem, há também escolas que fazem tour com seus alunos e acabam parando no local para a demonstração e ensinamento da cultura brasileira mais popularmente Baiana.

A professora de História Regina dos santos fala da importância dessa cultura para a formação de seus alunos.

“Há capoeira em academias para quem quer aprender, mas as rodas de ruas elas acabam mostrando mais ao público esse valor da cultura que foi trazida de povos africanos, há uma facilidade maior em trazer meus alunos aqui mostrar a eles e ir explicando todo o contexto histórico da arte da capoeira” diz Regina.

“A capoeira é mais que uma simples arte marcial, ela é cultura é música é instrumento, e traz todo um contexto de povos que usavam dessa arte para se expressarem, para se divertir, por isso acho que a capoeira nas rodas de rua é de uma importância e precisa ser enxergado de muitas outras maneiras, ela passa sua arte pra quem vem de fora, para aqueles que talvez não conheçam tal cultura, então esse patrimônio precisa ser passado e conservado de certa maneira” completa Regina. 


Mais um pouco

 
 (Foto: Angelica Gomes)

Apesar de ser popularmente conhecida, a capoeira nas rodas de rua vem perdendo o seu valor, a tão poucas rodas que até parece que tal é algo de pouca importância, sua pratica está começando a partir pra um lado moderno e privado: as academias, que são mais valorizadas e vistas com bons olhos do que as de rua, o que dá a entender que talvez exista um certo preconceito, é notável o quão pouco as pessoas se interessam e como elas a ignora, mas apesar dessa grande dificuldade as rodas de ruas continuam lutando e mostrando sua arte com muita garra e amor.

Mas o que exatamente seria a capoeira? Uma expressão cultural brasileira que mistura a arte marcial, cultura popular, esporte e música? O capoeirista Ubiraci Santana e o mestre Edgar falam sobre o que é a capoeira para eles.

“Eu conheci a capoeira no mercado modelo, trabalhando vendendo picolé com sete anos de idade e estou diariamente aqui no pelourinho. A capoeira é um contexto de toque, cantos e jogos onde é sempre jogado entre dois, pra mim é tudo na vida e eu consegui conhecer outros países devido a capoeira, falar outros idiomas devido a capoeira” diz Ubiraci.

“A capoeira é minha vida, é tudo, capoeira é tudo pra mim” completa Edgar.














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